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Wednesday, October 26, 2011
UEL promove atividades no Dia do Servidor Público
Wednesday, October 5, 2011
Novo sistema de transporte coletivo pode ser implantado em Londrina sem a figura do cobrador
Motoristas não precisariam realizar a dupla função de dirigir e cobrar passagens
Por Flávia Cheganças
A decisão sobre a extinção do cargo de cobrador nos ônibus, autorizada pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), foi adiada para o começo de dezembro. O adiamento da definição aconteceu depois de negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), o Ministério Público (MP), a CMTU e Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon).
O presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, afirma que há uma proposta do MP para implantar um novo modelo de trabalho nos ônibus em Londrina, para que se possam agrupar os interesses do sindicato, empresas, trabalhadores e, também, do município. “Já visitamos algumas cidades, como Sorocaba, que foi o primeiro município a suprimir a figura do cobrador e que em seu lugar foi contratado um ‘Agente de bordo’. Ele é uma espécie de comissário que orienta idosos, crianças e cadeirantes. Não existe pagamento de tarifa com dinheiro, apenas passe de ônibus e cartão, desse modo o condutor do veículo não exerce dupla função”, diz Batista.
Bauru também é uma cidade que extinguiu por completo o papel do cobrador, mas a cobrança da tarifa é feita pelo motorista, o que está acarretando transtornos, afirma o presidente do sindicato. “Há invasões de passageiros, diminuição do número de pagantes, e a categoria está ficando com mais problemas de saúde do que é ‘normal’ na atividade. São doenças de origem neurológica, circulatória e até síndrome do pânico e depressão”, completa.
Além disso, as duas empresas que operam em Londrina, têm condições de saber on-line em que ponto do seu itinerário o ônibus está trafegando em determinado momento. Se acontecer algum imprevisto, há um recurso de botões para alertar o sistema. “Isso, por um lado é ótimo, pois permite uma fiscalização eficaz sobre o trabalhador que opera o sistema, mas por outro lado coloca o motorista sob uma tensão e concentração constante, desse modo se ele tiver que controlar o embarque e desembarque de passageiros afetará ainda mais sua condição de saúde”, diz Batista.
Mobilização
Para impedir a demissão dos cobradores o Comitê pelo passe livre, redução da tarifa, e estatização do transporte coletivo aderiu à causa dos trabalhadores, realizando 3 manifestos no Terminal Central de Londrina, e um protesto junto com a Marcha dos Excluídos no desfile de 7 de setembro. “Quando o Sindicato afirma que vão realocar os cobradores de lugar estão fazendo uma premissa para, posteriormente e gradualmente, demitir outros cargos, mas não com a essa nomenclatura. Já foram demitidos quatro cobradores, sendo assim a gente não acredita nesses depoimentos, e por isso estamos aqui, para fortalecer a luta dos trabalhadores de transportes públicos”, diz a estudante de Serviço Social e membro do comitê, Ana Elise Barbosa, 21.
Batista rebate as acusações dizendo que essas demissões foram “casos isolados”, mas que não caíram bem para as empresas, visto que eles tinham acabado de afirmar nem um trabalhador seria demitido, apenas remanejado. O presidente diz que o Sinttrol averiguou os casos, e elas eram proeminentes, além disso, na mesma semana foram contratados 10 novos cobradores, segundo afirmou o presidente.
Ele defende que a postura da CMTU teria fins políticos. “Isso fica claro para nós do sindicato, através do comportamento da CMTU, em não aceitar um prazo mais elástico para o debate dessa questão. O desejo da prefeitura é fazer um capital político eleitoral, porque em janeiro haverá reajuste tarifário e o prefeito quer manter o valor da tarifa inalterado, ou até subsidiar um pouco mais”, completa. O presidente do Sinttrol ainda afirma que Londrina não está em condições de subsidiar preços de nenhuma taxa nesse momento, visto que a saúde pública está em um caos geral, as avenidas e ruas estariam em situações precárias e a prefeitura diz não ter recursos para esses serviços.
Segundo um cobrador que não quis se identificar temendo represálias, considera a decisão da CMTU uma “palhaçada” e define as ações do sindicato como ‘’fracas’’, pois assim como ele outros funcionários são pais de família e muitas vezes a único meio de renda para sustentar a casa. Para ele, as demissões de seus colegas de trabalho foram feitas por “debaixo dos panos” e que o Sinttrol já deveria ter entrado com uma ação judicial.
O sindicato tem um Acordo Coletivo de trabalho que garante até dia 31 de dezembro de 2012 a ausência de cobradores nos transportes diariamente das 19h às 5h e aos domingos e feriados. “Dessa forma se não houver um consenso para determinar um modelo que seja aceitável para a cidade até 5 de dezembro e se esse acordo for quebrado acontecerá um confronto judicial e até mesmo uma greve, pois os cobradores e motoristas estão dispostos a paralisar a circulação dos transportes coletivos caso isso aconteça “, completa o presidente do Sinttrol.
Tuesday, October 4, 2011
Lago Igapó ainda tem poluição
Entre reformas e revitalizações, o lago Igapó ficou mais atrativo e passou a ser mais frequentado pela população. O lixo visivelmente diminuiu, porém a poluição que não se enxerga, nem tanto.
Segundo o ambientalista João Batista Moreira Souza, o “João das Águas”, o sistema de drenagem de Londrina está na origem do problema da poluição, não só do lago Igapó, mas dos rios da cidade como um todo. Ele explica que, tudo que entra pelo bueiro chegará ao rio e, portanto, todo bueiro deve ter um sistema de captação de resíduos e uma equipe de limpeza para garantir que o lixo não o obstrua. Tanto o sistema de captação, quanto a equipe de limpeza são ausentes em Londrina. Desse modo, toda sujeira e lixo que estão nas cidades se concentram nos rios.
O ambientalista ensina também que, simples atos como não jogar lixo nas ruas e recolher as fezes dos animais contribuem para que os rios não sejam poluídos, mas não é o suficiente. Isso porque existe uma forma pouco conhecida de poluição urbana, a poluição difusa, que é apontada por João das Águas como a grande vilã dos rios urbanos. Ela acontece nos primeiros minutos da chuva e tem propriedades físico-químicas piores que as do esgoto doméstico. Esta é constituída por óleos de carro, desgaste de pneus que ficam no asfalto, desgaste do próprio asfalto, tinta de imóveis e dejetos de animais. Quando chove, toda a poluição da área urbana, impermeabilizada pelo asfalto, é levada pela água da chuva até os rios.
“O rio não é somente o seu leito, o rio é a microbacia, e a microbacia é a cidade”, afirma Souza. Portanto, a solução para a preservação de rios não pode ser pontual. Precisa de adequações na cidade como um todo. Além de ser um esforço não só do poder público, e sim deste, aliado à população, ressalta Souza. Para conter a poluição difusa, por exemplo, é necessária a readequação da cidade com áreas nas quais a água da chuva possa permear o solo, que é um filtro natural, e chegar limpa aos rios.
Consoante o secretário do Meio Ambiente, José Faraco, a secretaria preserva o lago Igapó revitalizando a mata ciliar. Pois, segundo o secretário, a mata ciliar serve de barreira para a poluição, evita a erosão, contribui para o paisagismo, e ainda custa pouco aos cofres públicos. “Ás vezes ficam discutindo sofisticações, se a gente só fizer o básico, por exemplo, plantar árvores em locais de declive (...) já é o essencial”, afirma Faraco. Para ele, “não deixar aumentar a poluição já, mundialmente, é uma atitude louvável, mas a gente está tentando até diminuir um pouco os níveis de poluição”, completa o secretário. Faraco não fornece dados das autuações e tipos de poluição que ocorrem no lago Igapó, ele fixa que são problemas pontuais e que a secretaria não tem problemas frequentes.
Diferencial de Londrina
A cidade de Londrina possui 84 córregos na área urbana, dado excepcional e que aponta para a grande necessidade de cuidado com o meio ambiente que a cidade precisa ter. É essa grande quantidade de córregos e o relevo da cidade que evita as enchentes, pois a água da chuva não se concentra em um ponto apenas, mas é bem distribuída. Além disso, a cidade é jovem e tem poucas indústrias, fato que colabora para a readaptação da cidade voltada à preservação ambiental.
Na prática
Para o ambientalista, a preservação é um processo educacional e não consiste, apenas, em ensinar o que é certo e errado, e sim atrelar a população ao meio ambiente por meio de políticas públicas. “Precisa envolver as pessoas, a partir do momento em que ela gostar, vai ser mais um parceiro na luta”, afirma Souza.