Wednesday, September 21, 2011

Região Norte de Londrina é a que mais cresceu nos últimos 10 anos

por Ana Luísa Braga


Quem visita hoje a mais famosa avenida da região norte da cidade, Saul Elkind, não imagina que, há pouco mais de três décadas atrás, ali existia apenas cinco conjuntos habitacionais. Segundo a professora Tânia Maria Fresca, professora de geografia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), os primeiros foram Aquiles Stenghel, Luiz de Sá, João Paz, Semíramis e Sebastião de Melo César. A entrega das casas, em 1979, pelas Companhias de Habitação Popular (COHAB), teve o objetivo de abrigar os migrantes que vieram do campo para a cidade, devido ao êxodo rural que ocorria na década de 70 e retirar a população de baixa renda que começava a criar favelas ao redor da cidade.

A Região Norte é a que apresentou maior índice de desenvolvimento dentre as outras quatro principais regiões (central, norte, sul, leste e oeste), conforme a professora Tânia. Atualmente, essa região deixou de ser uma forma de evitar as favelas e passou a ser promissora para a cidade, tanto econômica quanto politicamente.

Na questão política, a região é decisiva por possuir o maior número de moradores. Já na econômica, existe uma autonomia, pois há uma “nova ‘cidade’ dentro de outra cidade” nas palavras da professora.

Além do mais, há o canteiro de obras do projeto federal Minha Casa Minha Vida, o conjunto Vista Bela, que está em fase de entrega esse ano. A construção exigiu enorme mão-de-obra, escassa por conta do grande crescimento do setor. A solução foi treinar homens e mulheres para trabalharem na obra. O problema também esteve na falta de materiais de construção, porque as empresas locais não estavam preparadas para a demanda. A planta da cidadela conta com aproximadamente 2.700 residências (entre casas e apartamentos), é a maior em todo o Brasil. Dentro da própria obra muitos espaços já são destinados ao comércio, um atrativo para comerciantes, também de outras regiões, já que é um espaço ainda sem concorrência.

Isso contribui com o crescimento da região, já que, em razão disso, haverá também uma obra de duplicação da avenida Saul Elkind através do Conjunto Parigot de Souza. A avenida se conectará com duas rodovias. A BR 445, que leva ao interior do estado de São Paulo, e a BR 369, que interliga Londrina e Maringá.

Esse desenvolvimento despertou interesse de investidores. Está sendo construído o Londrina Norte Shopping, do grupo Catuaí. Uma construção dessa magnitude trará milhares de novos empregos para a zona norte. Além disso, muitas empresas nacionais têm filiais por lá, como o Super Muffato, Magazine Luiza, Ponto Frio, MM Mercados. Sem contar com empresas estatais, como Correios e dezenas de Casas Lotéricas da Caixa. Nas rodovias, por questões estratégicas e geográficas, se instalarão muitas empresas de fretes e transportes.

Uma das justificativas do desenvolvimento dessa região é o espaço que ela oferecia para novos habitantes de Londrina. Há 10 anos, acompanhando o próprio crescimento da cidade, a zona norte oferecia uma enorme área livre para construir e um preço baixo, por conta da distância com o centro da cidade. Hoje, o problema de distância se resolveu com um ‘novo centro’ nas proximidades.

Ainda há um certo preconceito sobre a região dos “Cinco Conjuntos”. Associa-se os bairros à violência, pois em seu nascimento eram considerados a periferia da cidade. Já agora, isso está se perdendo, acredita a professora Tânia Fresca, por causa dos investimentos que estão sendo aplicados na zona norte de Londrina, atraindo, assim, mais moradores.

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